Esporte Espetacular lembra contexto social, político e econômico do Brasil em 1970; mesmo com mudança no comando técnico, equipe consegue manter foco e se destaca no Mundial do México

O ano era 1970, e o Brasil vivia um turbilhão de novas sensações. Eram os anos mais duros da Ditadura Militar – sob o comando do General Emílio Garrastazu Médici -, a seleção brasileira tentava o tricampeonato mundial no México, e a população começava a conviver com um novo aparelho em suas casas: a televisão. Hoje, 50 anos depois, a ditadura não existe mais, o Brasil é pentacampeão mundial, e a TV já é um aparelho mais que consolidado nas residências. Por isso, o Esporte Espetacular fez uma viagem no tempo para contar a história da terceira Copa do Mundo conquistada pela Seleção, no México, marcada pelo futebol-arte do time canarinho.

– O Zagallo pegou o Rivelino, que era um 10. Eu, também. O Jairzinho, que já tinha jogado com a 10 no Botafogo. Pelé que nunca jogou com a 10 (risos), e Tostão que era camisa 10 no Cruzeiro. Ele conseguiu juntar isso tudo da melhor forma e dar uma consistência tática. Isso foi treinado e orientado: “Não quero que termine o lance no ataque e fique todo mundo lá. Tem que voltar aqui” – recorda Gerson, o Canhotinha de Ouro.

– O meu tesouro é minha lembrança: do convívio extraordinário que nós desenvolvemos , tanto na fase preparatória como na competição – lembra Jairzinho, o Furacão da Copa de 70.

Jogadores perfilados para um dos jogos do Brasil no Mundial do México. — Foto: Gerência de memória/CBF

Jogadores perfilados para um dos jogos do Brasil no Mundial do México. — Foto: Gerência de memória/CBF

Em 1964, o Brasil sofreu um golpe militar. Seis anos depois, os brasileiros viviam os chamados anos de chumbo daquele regime. Em 1969, foi promulgado o Ato Institucional número 5, o AI-5, que contava com 12 artigos e trazia mudanças radicais para o país, como o fechamento do Congresso Nacional. O autoritarismo militar assustava a quem o enfrentava: muitos políticos, artistas e jornalistas foram torturados e mortos nos porões da ditadura. Muitos tiveram que se exilar em outros países para fugir da perseguição política.

– A característica principal do AI-5 na vida brasileira é que ele determinava a censura – lembra o jornalista Fernando Gabeira.

– Eu e Caetano (Veloso) fomos forçados a deixar o país. Acabamos em Londres, e quando a Copa do Mundo de 70 começou, nós estávamos lá exilados – recorda o músico Gilberto Gil.

– Com o AI-5, começaram as matanças e torturas, e um grande antagonismo também com as campanhas ufanistas, como ”Brasil, ame-o ou deixe-o”, ou ”Brasil grande” – lembra o jornalista Nelson Motta.

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FONTE: Globo Esporte, André Gallindo, Márcio Iannacca e Rafael Honório, 14/06/2020.